segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CERTEZA, BANALIDADE OU FUTILIDADE SENÃO INSANIDADE

Joilson Gouveia*


Permita-me, pois, umas breves considerações e/ou ponderações, meu dileto literata “Peninha”, sobre a assestada “única certeza do brasileiro”, o qual nunca sabe nem tem certeza de nada ou de coisa alguma, neste País tão aviltado, espoliado e assaltado ou “desviado e doado”, mormente nesses últimos seis ou sete lustros de escabrosos, inescrupulosos e desastrosos desgovernos escarlates, oxalá daqui para frente passe a ter alguma, ainda que mínima; quem sabe!?

Aliás, por falar em desastres, catástrofes, tragédias, “fatalidades” ou “acidentes” quase todos anunciados ou previstos sazonais tanto quanto “as águas de março fechando o verão” – haja dilúvios, inundações, desabamentos, desmoronamentos ou enchentes e etc. com mortes de miríades de povo – abatido tal e qual gado na fila do frigorífico ou de açougues e matadouros e não só de “batistas”– o brasileiro insensato, insensível ou insano senão indiferente ou alheio às dores (dos outros) basta ouvir um batuque para esquecer ou deslembrar de quaisquer “acidentes” ou “fatalidades”, mormente se dentre as vítimas não há nem havia nenhum parente seu; claro!

Entrementes, atribui-se a Benjamin Franklin: “Não há nada tão verdadeiro no mundo como a morte e os impostos”. É realidade, logo verdade!

Voltando aos festejos “certos” do brasileiro, já dissemos o seguinte, a saber: https://gouveiacel.blogspot.com/2016/01/o-carnaval-versus-prioridades.html, muitas escolas de samba e blocos querem verbas (assim como aqueles artistas anelam pelas dádivas da Lei Rouanet) e recursos “públicos”, para “botar seu bloco na rua”! Já às escolas... que se danem!

Enfim, ao ensejo dessas iníquas iniquidades, futilidades, frívolas frivolidades festivas banais chamadas de carnavais – que, no nosso Brasil, há o ano inteiro (ou fora de época) desde os “trios-elétricos de velhos e novos baianos”; porém inolvidável é o escólio do grande mestre brasileiro Nelson Rodrigues, a saber:
  • "Uma vez viajando para Belo Horizonte para resolver algumas questões sobre as apresentações de suas peças, Nelson acaba encontrando Otto e pega uma carona com ele. Durante o percurso, em um surto de inspiração, Otto olha para Nelson e diz: "O mineiro só é solidário no câncer" uma frase que continha mais sociologia do que as 600 páginas de Os Sertões de Euclides da Cunha, segundo Nelson Rodrigues, e foi com ela que ele cria Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária". – Na íntegra in http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/2.804/a-peca-otto-lara-resende-ou-bonitinha-mas-ordinaria-1.502979.

Entenda-se mineiro como todo brasileiro, pois, onde a humanidade, alteridade, dignidade, solidariedade ou fraternidade aos seus semelhantes ou aos familiares, parentes e amigos das vítimas dos aduzidos “acidentes” ou incêndios (e não só no “ninho do urubu”, há mais de duas dezenas até hoje) ou de “Marianas e Brumadinhos”?

Com efeito, nem mesmo no “câncer” (DOR) o brasileiro é solidário senão à folia do tríduo (oficial) de Momo, que dura mais de dezenas de dias neste imenso Brasil afora!

Ao ensejo dos festejos que se lhes servem somente aos que extravasam seus mais recônditos desejos; ocultos em suas fantasias em meio à folia!
Abr
*JG

P.S.: O texto acima fora postado in http://blog.tnh1.com.br/ricardomota/2019/02/24/a-unica-certeza-do-brasileiro/; mas CENSURADO, ao que replicamos com o seguinte:

Abjeta, desprezível e nefasta CENSURA - pelo menos era o que diziam na época da "ditadura-militar", apelidada, enxovalhada e imputada ao regime constitucional militar que durou 21 anos (1964/1985) - mas, é assim e é isso mesmo, já nos dizia MILLÔR FERNANDES: "democracia é quando eu mando em você; quando você manda em mim é DITADURA"!
Passar bem!
Abr
*JG

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