domingo, 9 de dezembro de 2018

DIZER E NÃO PROVAR É NÃO DIZER: ONUS PROBANDI!



Joilson Gouveia*


O brasileiro, mormente aquele que se considera, se acha e autodenomina a si mesmo de esperto, sabido e culto ou esclarecido, escolado e estudado esquerdista de esquerda e à esquerda, é especialista em futebol, segurança pública e quejandos, mormente ao suspeitar, mensurar ou prejulgar pelas próprias lentes objetivas, régua, esquadro, aristo (ou transferidor) e compasso à sua imagem, reflexo e semelhança, consoante o escólio leninista: “acuse-o do que és e do que pratica”!

Ou “todos os brasileiros são (somos) corruPTos” [se todos são corruPTos; ninguém é corruPTo] como assestado pela “santa imaculada, inocentA e ‘onesta’ ciclista expurgada do ‘puder’, mediante a “queda sem coice, urdida pelos dois ex-presidentes do Senado e STF, de então! Ah! E não direi que sinto vergonha de ambos, para que não mandem me prender! Até por que não é vergonha que sinto, e sim asco, nojo e náuseas de ambos, como dito: http://gouveiacel.blogspot.com/2018/12/a-vergonha-e-o-desrespeito-versus.html;

Como prefiro às ideias aos fatos e às pessoas, bem por isso serei medíocre, meridiano ou mediano em comentar apenas os fatos trazidos à baila ou destacados no pelourinho midiático do renomado blog do “Peninha”, estribado no que “está posto, pelo COAF e pela imprensa, não é uma acusação, mas um fato que não pode ser descartado sem explicações plausíveis” (Sic.), a saber:
  • "O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda apurou que José Carlos de Queiroz, que trabalhava oficialmente com Flávio Bolsonaro até outubro último, movimentou cerca de R$ 1,2 milhão, no período de um ano, em uma conta bancária, recursos que seriam incompatíveis com a remuneração que ele recebia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
  • Segundo o Coaf – que apresentou um relatório com a movimentação de dezenas de servidores da Assembleia do Rio -, o então assessor de Flávio Bolsonaro fez várias transações envolvendo dinheiro em espécie, além de saques em valores expressivos – totalizando R$ 320 mil. Estamos falando do período de um ano – de janeiro de 2016 a janeiro de 2017 -, o que chamou a atenção do COAF.
  • Um detalhe importante: uma das transações mencionadas no relatório é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michele Bolsonaro”. (Sic.) – Na íntegra in http://blog.tnh1.com.br/ricardomota/2018/12/08/caso-do-assessor-de-flavio-bolsonaro-exige-explicacao-imediata-e-incontestavel/

Ora, a priori, se “não é uma acusação” não há por que defender-se; ou não? Só cabe a defesa quando há uma imputação plausível, robusta e concreta! Aliás, diga-se aos incautos, a primeira peça da defesa é a acusação – que há de ser provada, “onus probandi” do acusador – para que haja uma defesa ao imputado! Porém, eis que surgem algumas questões sobre os fatos ali colacionados, a saber:

a) os relatórios do COAF são anuais, semestrais, trimestrais, mensais, semanais ou somente quando instados por autoridades competentes interessadas (“setores”)? Onde os relatórios de anos anteriores?

b) por que só agora: “Estamos falando do período de um ano – de janeiro de 2016 a janeiro de 2017 -, o que chamou a atenção do COAF”? – Não seria “um prato cheio”, na campanha, se divulgados antes?

c) Por que o COAF jamais informou ou “relatou” sobre o “mensalão ou petrolão, carfão, zelotão, fundos de pensão” ou sobre Sérgio Cabral, Pezão, ALE/RJ e TCE do RJ e outros mais que virão?
  • – “A extrema imprensa e o COAF aparelhado abriram as baterias contra a família do MITO! Você viu o COAF apontar movimentações de Lulinha e família”?
  • - “Rosa Weber elogia à prestação de contas da campanha do Mito! Segundo ela, algo nunca visto no TSE”!
  • - “Brasileiro é a única raça que torce para o país virar uma merda porque o seu político de estimação perdeu”!

d) O motorista, como resta sabido, é também policial miliar carioca, logo, por simetria, deve auferir, além de seus subsídios, mais dois terços a mais ou muito mais que isso, que seus subsídios de caserna; ou não?

e) acaso, se o negócio fosse escuso – propina, como insinuado –, ilícito ou ilegal dar-se-ia cheque nominal?

f) segundo o próprio Mito:
  •      O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou neste sábado (8) que o pagamento de R$ 24 mil feito pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fazia parte de um empréstimo que totalizou R$ 40 mil. "Em outras oportunidades eu já o socorri financeiramente. Nessa última agora houve um acúmulo de dívida da parte dele para comigo e resolveu me pagar com cheques. Não foi um cheque de R$ 24 mil. Foram, na verdade, dez cheques de R$ 4 mil. E assim foi".
  •      Fabrício José de Queiroz trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Bolsonaro disse que não utilizou a própria conta para receber os valores por ter "dificuldade para ir em banco e andar na rua". "Deixei para a minha esposa. Lamento o constrangimento que ela está passando. Mas ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal, meu Deus do céu. Isso é uma coisa normal, natural, isso não existe". (Sic.) – Na íntegra in https://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2018/12/ninguem-recebe-ou-da-dinheiro-sujo-com-cheque-nominal-diz-bolsonaro_66027.php

g) enfim, se houve (ou se há) ilicitude, como insinuado, não teria sido usado e explorado na campanha pelo adversário derrotado, para enxovalhar o MITO?

Encerro com as palavras de dois mestres: a) Ser odiado por multidões de ignorantes é o preço de não ser um deles” [Olavo de Carvalho] e É incrível quanto pânico um homem honesto pode causar em uma multidão de hipócritas” [Thomas Sowell]
Abr
*JG
P.S.: "A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime". - Millôr Fernandes.


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