segunda-feira, 30 de julho de 2018

“A DEMOCRACIA TEM UM INIMIGO REAL: A CIVILIZAÇÃO*”

Joilson Gouveia*

A civilização não suprime a barbárie; aperfeiçoa-a”. (Voltaire - François-Marie Arouet)
A despeito de sua “missiva” (ora publicada, aberta e exposta) ser particular, privativa, pessoal e privada, portanto íntima, familiar e intimamente dirigida à querida filha, “Mila” – o que não nos permitiria quaisquer intromissões ou entremeter-se no relacionamento paterno-filial, patriarcal e familiar – mas, ao meu parco entender e salvo lapso de memória, há controvérsias quanto às citações aos escolásticos gregos (Platão e Aristóteles) no que se refere à destacada e assestada frase: Apenas os homens são criados diretamente pelos deuses e recebem alma.”, usada que fora então para e quanto à principal senão essencial e fundamental diferença que distinguia o homem – do Latim homo, – inis homo sapiens (in generis) - dos demais animais presentes na natureza, embora à mulher fosse reservada à criação e à educação dos filhos (familiar) e lhe dado um papel secundário nas “Cidades-Estado” – constituída de militares e conselheiros - porquanto dispensada, impedida e vetada de participar da Política. Aliás, quando queria distinguir da mulher, o substantivo usado era varão (Do Latim varo, - onis ou varro, - onis, homem grosseiro) ou macho, viril, cujas vieram a ser sufragistas* somente em tempos mais modernos e mais recentes que os da Antiguidade [repleta de povos panteístas ou pagãos], mas que os sábios e filósofos de então já admitiam e reconheciam um “Criador”, como veremos, simples:
  • ·    Um sábio geralmente tem idéias próprias sobre Deus!! Sócrates as tinha.
  • · A introspecção é o característico da filosofia de Sócrates. E exprime-se no famoso lema conhece-te a ti mesmo – isto é, torna-te consciente de tua ignorância – como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude.
  • · E alcançava em Sócrates intensidade e profundidade tais, que se concretizava, se personificava na voz interior divina do gênio ou demônio.
  • · Conhece-te a ti mesmo” – o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes da filosofia.
  • · Para Sócrates, Deus é uma inteligência onipresente, onisciente, onipotente, absolutamente invisível ao homem. Deriva a prova da existência de Deus da finalidade do mundo. A ordem cósmica (o providencial de acontecer) é obra de um Espírito inteligente e não do acaso.
  • ·  Para Sócrates, a alma participa da natureza divina e é dada por Deus ao homem; a vida não depende do corpo, depende da alma; através da união da alma ao corpo, a alma se macula, e só reconquista sua pureza pela libertação do corpo.
  • ·  Para os sábios Deus é a força da natureza do ser!
  • ·  BONS ESTUDOS!” In https://brainly.com.br/tarefa/1724801

*Destaque-se, pois, que “o movimento sufragistafundador do feminismo contemporâneo-, que vinha crescendo lentamente desde a década de 1830, ganha força, em 1903, com a fundação do Women’s Social and political Union (WSPU), facção violenta da National Union of Women’s Suffrage Societie (NUWSS). Nos anos seguintes, o WSPU tornou-se um aglomerado de agitadores profissionais, responsável por depredações, tumultos e outras formas de violência, mas soube capitalizar a opinião pública utilizando-se do recurso da greve de fome, dentro ou fora das prisões. No que se refere às sufragistas – embrião do movimento que, hoje, defende o aborto como “direito humano”Chesterton não receia ganhar a antipatia feminina.
Ao ensejo, urge trazer à colação excertos da obra de G. K. Chesterton: “O que há de errado com o mundo”, na qual nos leciona o seguinte, a saber:
·         Será melhor adotar neste capítulo o mesmo procedimento que no anterior tinha a aparência de justiça mental. Minhas opiniões gerais sobre a questão feminina seriam calorosamente aprovadas por muitas sufragistas e seria fácil expô-las sem qualquer referência aberta à atual controvérsia. Mas assim como me pareceu mais honesto dizer primeiro que não sou favorável ao imperialismo – nem mesmo em seu sentido prático e popular -, do mesmo modo parece-me mais honesto dizer o mesmo do sufrágio feminino, em seu sentido prático e popular, ou seja, é perfeitamente legítimo expor, ainda que precipitadamente, a objeção superficial às ‘sufragistas’ antes de entrar em questões de fato sutis por trás do sufrágio.
·  Bem, para resolver esse assunto digno, mas desagradável, devo dizer que a objeção às sufragistas não se deve a serem sufragistas militantes. Ao contrário, deve-se a não serem militantes o suficiente. Uma revolução é algo militar: ela tem todas as virtudes militares, dentre as quais a virtude de chegar ao fim. Dois grupos combatem com armas mortais, mas, sob certas regras de honradez arbitrária, o grupo que vence se apossa do governo e começa a governar. O objetivo da guerra é a paz. Ora, as sufragistas não podem empreender uma guerra civil nesse sentido militaresco e decisivo. Em primeiro lugar, porque são mulheres; em segundo, porque são pouquíssimas. Elas podem, contudo, empreender outra coisa, mas já é uma outra história completamente diferente. Elas não geram revolução, o que geram é anarquia; e a diferença entre essas duas coisas não é uma questão de violência, mas de fecundidade e finalidade. A revolução, por sua natureza, gera um governo; a anarquia só gera mais anarquia. (...) A destruição é finita ao passo que a obstrução é infinita. Enquanto a rebelião assume a forma de mera desordem (em vez de uma tentativa de impor uma nova ordem), não há um final lógico para ela; ela pode alimentar-se e renovar-se eternamente. Se Napoleão não houvesse desejado ser cônsul, mas quisesse apenas ser estorvo, ele talvez houvesse conseguido impedir com sucesso que qualquer governo se erguesse a partir da revolução. Entretanto, tal procedimento não teria merecido o digníssimo nome de rebelião.
·   É precisamente essa qualidade não militar das sufragistas o que gera seu problema superficial. O problema é que suas ações não têm nenhuma das vantagens da violência definitiva, não pode se dar ao luxo de um exame. A guerra é algo pavoroso, mas comprova com agudeza e de maneira irrefutável duas coisas: os números e o valor não natural. Nela descobrem-se duas questões urgentes: quantos rebeldes estão vivos e quantos estão dispostos a morrer. Mas uma minoria pouco expressiva, embora interessada, é capaz de manter a pura desordem para sempre. No caso dessas mulheres, certamente há também a falsidade adicional introduzida por razão de seu sexo. É falso expor o assunto como uma simples questão de força bruta. Se fossem músculos que dessem ao homem o voto, então seu cavalo deveria ter dois votos e seu elefante, quaro. A verdade é mais sutil: a irrupção do corpo é uma arma instintiva do homem, como os cascos do cavalo ou as presas de marfim do elefante. Todo tumulto é uma ameaça de guerra, mas a mulher está brandindo uma arma que ela jamais poderá usar, quando há muitas armas que ela poderia usar. Se, por exemplo, todas as mulheres resmungassem por um voto, elas o conseguiriam em um mês. Mas novamente há que lembrar que seria necessário fazer com que todas as mulheres resmungassem. E isso nos leva ao termo da superfície política da questão. A objeção à filosofia das sufragistas é simplesmente a de que a maioria dominante das mulheres não concorda com elas. Estou ciente de que alguns sustentam que as mulheres deveriam ter votos, a maioria delas querendo ou não, mas esse é seguramente um caso estranho e infantil de instituição de uma democracia formal para a destruição da democracia real. O que a maioria das mulheres poderia decidir, se não consegue decidir nem seu lugar ordinário no Estado? Essas pessoas estão praticamente dizendo que as mulheres podem votar tudo, exceto o sufrágio feminino”. (Sic.) – Loco citato. P. 99/101.
G. K. Chesterton, “sentia um respeito místico pelas mulheres”, talvez por esse motivo afirme-se que “daria às mulheres não mais direitos, mas mais privilégios”, pois sabia perfeitamente que “se as mulheres chegassem a ser ‘iguais’ aos homens se envileceriam” – “As mulheres são as grandes vítimas da revolução sexual [...] Na sociedade hipersexualizada, a mulher se converte com frequência em objeto de usar e jogar fora. As feministas conseguiram impor à mulher o modelo sexual masculino”. E como dito pela jornalista e ensaísta Eugenia Rocella: “O neofeminismo converte as mulheres em ‘machos falidos’”.
Com efeito, com sábia lucidez lógica, racional e sem exageros, nos alertou e discorreu sobre as consequências dessa “primeira onda” do feminismo – para citar a classificação utilizada por alguns estudiosos contemporâneos-, início de um movimento maior, provocador da “segunda onda”, cuja tarefa foi levar as primeiras reivindicações, de igualdade perante a lei, para o âmbito da vida íntima, chegando, então, à “terceira onda”, experimentada hoje, com a ideologia de gênero e a tentativa de ignorar a ordem biológica, de maneira a transformar masculinidade em feminilidade em meras construções culturais, além de promover a libertinagem e o aborto.
A frase título é de G.K. Chesterton, in “O que há de errado com o mundo”.
Porém, “É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem”. - (Voltaire - François-Marie Arouet)
Abr
*JG

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