sexta-feira, 20 de abril de 2018

O DISCERNIMENTO É MUITO MAIS QUE BOM SENSO, CONVENHAMOS!

Joilson Gouveia*


Eis, pois, abaixo transcritos, alguns excertos do escólio do grande pensador e filósofo Aristóteles sobre “Política”, que bem definem e caem como luvas à atual conjuntura caetés, onde o suserano descumpre leis e constituições, mormente sua palavra empenhada quanto aos compromissos, juras e promessas assumidos, antes de alçar ao Poder, a saber:
·         Há quem acredite que, embora o despotismo seja a pior das injustiças, o simples exercício de um governo constitucional sobre os cidadãos, ainda que justo, é um grande impedimento para o bem-estar do indivíduo. Outros têm a visão oposta; eles acreditam que a verdadeira vida do homem é a vida prática e política, e que todas as virtudes podem ser praticadas tão bem pelos políticos e governantes quanto pelos indivíduos. Há também aqueles que são da opinião que um governo arbitrário e tirânico é a única forma de se alcançar a felicidade; de fato, em algumas Cidades o objetivo de todas as leis e da constituição é dar a alguns homens o poder despótico sobre seus vizinhos”. (...)
·         E em todas as nações que são capazes de gratificar as suas próprias ambições militares, o poder militar é muito estimado, por exemplos, entre os citas, os persas, os trácios e os celtas”. (...)
·         Como pode a atividade de um estadista ou legislador resumir-se em uma prática que prescinde de legalidade? É certo que governar sem levar a justiça em consideração é um ato ilegalidade, pois se apela ao poder esquecendo-se do direito”. (Sic.) - Sem grifos no original – [Aristóteles, in Política, p. 236/237]
Urge relembrar que as Cidades eram Estados, nesses idos áureos e virtuosos tempos! Há mais, ainda, senão vejamos!
·         Portanto, aquele que viola a lei não consegue jamais recuperar, independentemente da grandeza de suas ações posteriores, aquilo que perdeu ao distanciar-se da virtude.
·         Para homens iguais, o honroso e justo, consistem em que recebam aquilo que lhes pertence, pois isso é a justiça e igualdade. Mas a concessão desigual aos iguais, e de diferença aos semelhantes, é contrária à natureza, e nada que seja contrário à natureza pode ser bom. Portanto, se existe alguém superior em suas virtudes morais e com o poder de realizar as melhores ações, devemos segui-los e obedecê-los, mas ele precisa ter a capacidade tanto para ação quanto para a prática da virtude”. (...)
·         O mesmo se aplica a cada indivíduo. Se isso fosse diferente, Deus e o universo, que não possuem ação externa, além de suas próprias energias, estariam muito longe da perfeição”. (Sic.) - [Aristóteles, in Política, p. 239]
Notem a grandeza e sabedoria dos déspotas de então, mormente quanto ao estimado poder militar, que muitos desdenham, espezinham e menoscabam hodiernamente, quando ousam descumprir e violar às leis e constituições, desvirtuando suas próprias virtudes.
Já dissemos, o discernimento é coisa para estadista: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/o-discernimento-e-coisa-de-e-para-um.html; com fulcro no escólio de Aristóteles:
Discernir o início do mal não é próprio de espíritos vulgares, mas do verdadeiro estadista”; p. 196. “Peninha”, louvo-o mais uma vez! – Na íntegra in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/nem-mais-nem-menos-apenas-os-reajustes.html. Salvo se se quer “criar o caos”, para colher frutos com correção, juros e dividendos, com uma adrede “solução” anelada com vistas ao pleito eleitoral que se avizinha! – Na íntegra in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2018/04/o-discernimento-e-coisa-de-e-para-um.html.
Enfim, não basta ser um “déspota” ou “tirano”, urge ser um grande estadista prenhe de discernimento, muito mais que bom senso, para se evitar todo o mal prenunciado de seus próprios atos e desatinos ao desrespeitar, descumprir e olvidar às leis e constituições que jurou respeitar, cumprir e fazer cumprir!
Evitemos, pois, ser um novo desastroso e catastrófico Espírito Santo!
Abr
*JG
P.S.: Stephen Kanitz: “ser policial exige a rapidez de um executivo, a coragem de um herói, o discernimento de um juiz, o tato de um psicólogo”.

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