sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

EM DEFESA DOS CAETÉS – A HISTÓRIA EXIGE E URGE REPAROS!

Joilson Gouveia*
Todos os brasileiros e as brasileiras deveriam ler à brilhante obra “Invasão Vertical dos Bárbaros”, de Mário Ferreira dos Santos*, para entender e compreender ao processo permanente, mais que cinquentenário, implementado pelas estratégias de conquista e dominação hegemônica sorrateiras, paulatinas, sub-reptícias e subliminares, ainda que subliteratas porquanto de subliteratos esquerdistasPATAS gramscistas, sobretudo porque impostas, divulgadas e disseminadas ou pulverizadas, diuturnamente, por chamados “agentes-de-transformação-social”, ou seja, jornalistas, repórteres e blogueiros e outros arautos do pensamento-crítico tidos como doutos perleúdos “intelectuais” progressistas.

·*O termo bárbaro era empregado de início, pelos gregos e romanos, para referir-se a todos os estrangeiros. Contudo, tomou, depois, o sentido do que não é civilizado, do que é inculto, do que combate toda e qualquer manifestação da cultura. (...) Na verdade, a invasão que é a penetração gradual e ampla dos bárbaros não só se processa horizontalmente pela penetração no território civilizado, mas também verticalmente, que é a que penetra pela cultura, solapando os seus fundamentos, e preparando o caminho à corrupção mais fácil do ciclo cultural, como aconteceu no fim do Império Romano, e como começa a acontecer agora entre nós”. – Santos, Mário Ferreira dos, 1907-1968 – São Paulo: É Realizações, 2012. – (Coleção Abertura Cultural) P.12/13.

O proêmio é-o para despertar para o texto editado in http://reporteralagoas.com.br/novo/alagoas-e-a-questao-da-traicao-a-pernambuco/, o qual, na verdade, apenas serve de mera propaganda comercial para os livros “Alagoas, 200” e “200 anos de Alagoas”, de Odilon Rios e Ana Cláudia Laurindo, respectivamente. Inclusive se pode ver que o historiador Golbery Lessa, em artigo editado no mesmo site, datado de 24 de Agosto de 2011, apresenta díspares ideias, concepções e testemunhos históricos bem díspares, diversos e divergentes do esposado por esses respeitáveis autores in http://reporteralagoas.com.br/novo/o-16-de-setembro-de-1817-nao-foi-uma-farsa/.

Como sói acontecido (e sempre com os olhos nos retrovisores históricos) tentam revisitar e resgatar a história, no mais da vez, desconstituindo-a ou modificando-a consoante suas interpretações, verves e visões ideológicas, digamos assim.

Ora, a emancipação política de Alagoas, então comarca da mais próspera dentre as demais capitanias, a pernambucana de D. Duarte Pereira da Costa, e a capitania de São Vicente, cujo primeiro donatário fora D. Martin Afonso de Souza, aquela teve grande impulso econômico ou prosperidade com o “invasor/bárbaro” holandês Maurício de Nassau.

A Capitania de Pernambuco abrangia uma área maior do que a do atual Estado de Pernambuco. Os territórios onde hoje estão localizados os estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas pertenciam a Capitania de Pernambuco, que estendia até a porção ocidental da Bahia, chegando perto de onde se encontra atualmente o Estado de Minas Gerais.” – in http://www.estudopratico.com.br/capitania-de-pernambuco-historia-e-mapa/.
Tem mais: “Comecei a observar que na década de 1990 houve um 'boom' de homicídios em Alagoas e após a fase descritiva do projeto, começaremos a testar e cruzar hipóteses sobre esse fenômeno. Muitos associam a atual violência ao histórico coronelismo, ao cangaço ou ao próprio movimento quilombola com Zumbi dos Palmares, mas não dá pra dizer que todos os índices sociais negativos sobre violência vêm disso. Por isso que fui tentar entender melhor o contexto da emancipação alagoana", contou.
"O que começou a chamar minha atenção ao analisar a história foi que em 1712 com a criação da Comarca de Alagoas, quase um século antes da emancipação, Alagoas já tinha indícios de características sociais políticas divergentes de Pernambuco. Então não era novidade para a Coroa. Não foi uma concessão. Já havia sujeitos incomodados com a necessidade de apartar a província da comarca", destacou. In http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/09/emancipacao-politica-de-alagoas-foi-ato-estrategico-diz-cientista-politico.html.

Ora, Alagoas não foi (nem pode ter sido) infiel, traidora, muito menos enganado ou protraído à ninguém, nem à coroa ou ao império de então, e, sobretudo, muito menos à república que nem existia, à época!

Aliás, nem existia a “Província Alagoas” (ainda simples comarca da capitania pernambucana), nem existia a anelada república tupiniquins, somente proclamada a setenta e sete anos depois (15 de novembro de 1889) em 16 de setembro de 1817, cuja “emancipação” política deu-se por Decreto Imperial ou desmembramento das terras caetés dos domínios da capitania pernambucana, a saber:

Ao se iniciar o século XVII, além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas era expressiva produtora regional de farinha de mandioca, tabaco, gado e peixe seco, consumidos na Capitania de Pernambuco. Durante as invasões holandesas do Brasil (1630-1654), o seu litoral se tornou palco de violentos combates, enquanto que, nas serras de seu interior, se multiplicaram os quilombos, com os africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia. Palmares, o mais famoso, chegou a contar com vinte mil pessoas no seu apogeu. Constituiu-se em a Comarca de Alagoas em 1711, e foi desmembrado da Capitania de Pernambuco (Decreto de 16 de setembro de 1817), em consequência da Revolução Pernambucana daquele ano. O seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, assumiu a função a 22 de janeiro de 1819.[2]
Durante o Brasil Império (1822-1889), sofreu os reflexos de movimentos como a Confederação do Equador (1824) e a Cabanagem (1835-1840). A Lei Provincial de 9 de dezembro de 1839 transferiu a capital da Província da cidade de Alagoas (hoje Marechal Deodoro), para a vila de Maceió, então elevada a cidade.[2]
A primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves agitações políticas que assinalaram o início da vida republicana. Os dois primeiros presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, nasceram no estado.[2 In https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Alagoas

Enfim, sem essa de ainda existir comburentes ou melindres, ressentimentos ou rixas, que somente pairam nas cabecinhas desses “bárbaros” transformadores sociais. Em verdade, Pernambuco se livrou do nó górdio, busílis e imbróglio insurreto dos sublevados na Serra da Barriga (ou Morro dos Macacos), basta ver nos mapas de então e atuais. Ora, se querem mesmo resgatar ou contar a verdadeira história desde o “descobrimento” oficial do nosso Brasil, que se reveja e se mude o primeiro “terra à vista”, contido na Carta de Caminha, que se deu em terras Caetés nunca em terras dos Tupinambás ou de Tamoios nem Potiguar, a saber:
Alagoas e os alagoanos precisam reivindicar, valorizar, cultuar e, sobretudo, defender e divulgar seus direitos históricos, mormente porque registrados na “certidão de nascimento do Brasil”: a histórica carta de Pero Vaz de Caminha, ao seu rei de Portugal, noticiando o grande feito de “seu” Gouveia, o então Capitão-Comandante da Esquadra naval portuguesa, Pedro Alvares Cabral. Eis a verdade veraz, real, histórica, fidedigna e verdadeira!
Abr
*JG

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