domingo, 9 de outubro de 2016

A PMAL E SEU OBJETIVO FINALÍSTICO**

Joilson Gouveia*

Administrativamente falando a PMAL é, sem sombra de dúvidas, uma empresa, e como tal, obviamente, possui objeto e objetivo a alcançar; quais sejam: o exercício da atividade de Polícia Ostensiva, preservando e manutenindo a ordem, tranqüilidade, incolumidade física das pessoas e segurança públicas, buscando a consecução do "estado de segurança"- Psicológico, evidentemente - promovendo, destarte, o "bem-estar social": fim precípuo do Estado.
Dessarte, o objeto da PMAL, bem como doutras coirmãs do país, consiste no efetivo exercício da atividade de Polícia Ostensiva, através dos mais variados tipos e modalidades de policiamento ostensivo existentes, assegurados pelos decretos federais(R-200,667,etc.) garantidos pelos dispositivos das Legislações Federais e constituições Federal e Estadual (Artigos 144, §§ 5° e 6° e 244 §§ 1°,II e §§ 3° a 5°, respectivamente.) tendo, pois, por objetivo a garantia e preservação desse "estado de segurança e tranqüilidade públicas".
Neste mister é que a PMAL "vende" o seu "produto": segurança. É, pois, essa sensação de estabilidade, tranqüilidade, incolumidade e segurança que ela deve transmitir e oferecer aos cidadãos da comunidade de que faz parte. Percebe-se, portanto, que seu "produto", seu objetivo, opera-se no campo das abstrações e das sensações, pois que a segurança é intocável, imensurável e infinita; apenas podemos senti-la percebê-la ou até imaginá-la, mas jamais tocá-la, medi-la ou delimitá-la. É tão somente um estado de espírito sensitivo, individual, personalíssimo, que poderá refletir no todo.
Assim, neste aspecto, não podemos de modo algum considerar a PMAL como uma empresa mercantil ou econômica, pois que seu "lucro" é impraticável, irreal e infinito.
Por outro lado, se a empresa é mercantil, notadamente que seu objetivo é o lucro, via de regra. Desse modo, então como entender a PMAL instituindo uma farmácia reembolsável? Como se fará esse investimento e o financiamento imprescindíveis à fundação e manutenção dessa empresa farmacêutica? Donde sairá a verba, e como entender a lucratividade se é sabido que a "venda" dos produtos se dará "abaixo do preço de mercado"? Havendo lucro será ele aplicado nos objetivos da PMAL? Entendemos que não; pois são distintos e operam-se em campos diversos e antagônicos!
Não somos contra a assistência médico hospitalar e farmacêutica (no caso) ao homem; como pode transparecer. Todavia, não nos parece inteligente a ideia de "extinguir" uma existente, para "criar uma nova" e nos mesmos moldes da extinta; sem que essa recém criada ofereça as vantagens imprescindíveis e necessárias ao melhor atendimento e assistência cabíveis.
Doutro lado, quando desviamos o PM da sua atividade fim: Polícia Ostensiva; para funções de balconistas de farmácia, "vigia" de pessoas abastadas e/ou influentes, etc., entendemos ser uma ilegalidade e uma punição à sociedade que nos paga para ter a segurança e a tranqüilidade públicas. Diga-se de passagem, que esses PM (vigias, farmacêuticos, balconistas, etc.) estão economizando os encargos sociais de certos capitalistas, mercantilistas e verdadeiros artistas da locupletação, os quais, mesmo vendendo 10% abaixo do preço de mercado, ainda auferem um lucro de 30%, aproximadamente. Pois, além de não pagarem impostos, taxas de localização, fone, iluminação, água, etc., não pagam os encargos sociais devidos ao empregado comum, e, o que é pior, contribuindo sobremaneira para o aumento do desemprego e acelerando o enriquecimento fácil de seus mentores, pois o pagamento é repassado pela Diretoria de Finanças, na íntegra. Ela se dá ao luxo de prescindir de um caixa e de um contador, pasmem os senhores!
Estamos, pois, à beira do caos, contudo, não nos desesperemos jamais! Não. Lembremo-nos que, "para cada dragão, Deus enviará sempre um São Jorge", para combatê-lo e bani-lo da face da terra. E mais valerá arriscar-se na busca dos objetivos e da evolução do que permanecer à margem do progresso se imiscuindo na omissão retrógrada e covarde de alguns homens que ainda não descobriram seu potencial, ou, então, o sabem, mas comprazem-se e preferem viver no lodaçal e no pântano das iniquidades.
Lembremo-nos sempre de que "é muito melhor arriscar coisas grandiosas alcançando triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar filas com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que nem conhece vitória nem derrota" - Franklin Delano Roosevelt
Maceió, junho de 1991.
N.A.: Texto publicado em "O Jornal de Alagoas" de 05.11.91, quando me encontrava, arbitrariamente, preso por vinte dias, por ter publicado Hierarquia e Disciplina, em 02.11.91, no mesmo jornal.
Abr

*JG
P.S.: reeditado "para rememorar e jamais olvidar" da lide passada!

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