sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O BOLSOMITO, A “IMPRENSA CANALHA” E O BROCARDO “UM PESO E DUAS MEDIDAS”

Joilson Gouveia*


Dirijo-me aos meus quase cem leitores, desde já instando as devidas escusas, para transcrever alguns excertos de textos “pescados” nos websites de revistas, jornais e redes sociais, para verificarmos (e comprovarmos) que há “um peso e duas medidas” ou até mesmo o mais comum e usual “dois pesos e duas medidas” – ambas expressões estão corretas, embora a primeira derive do brocardo forense, mormente quando são reportados fatos atribuídos ao fenômeno Bolsomito, que tem arrastado miríades de multidões de população e pessoas do povo aos lugares e aeroportos por onde tem estado e passado, ainda que a “imprensa canalha” informe sobre uma descabida ou desarrazoada rejeição nas suas “científicas pesquisas eleitorais”, mediante paga. Entrementes, malgrado o grande jornalista Millôr Fernandes, ao referir-se à própria imprensa, tenha assestado o seguinte:
  • A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”. – Na íntegra in http://blogdobob.blogsdagazetaweb.com/2018/09/07/facas-planos-bombas-e-sequestros-nas-eleicoes-no-brasil/ - Note, pois, quanta urbanidade, cordialidade e cortesia do arauto escarlate, mormente aos “bolsonarianos”.
Vejamos, pois, parte de excertos de textos editados no website da revista “IstoÉ”, a saber:

  • A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu hoje (5), em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro apresente esclarecimentos sobre um discurso de campanha feito na semana passada, no Acre, no qual usou as expressões “vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre” e “vão ter que comer capim”.
  • O pronunciamento da PGR decorre da representação criminal ajuizada na última segunda-feira (3) pela coligação Povo Feliz de Novo, formada por PT, PCdoB e PROS, contra o candidato do PSL pelos crimes de injúria, ameaça e incitação ao crime.
  • Na mesma manifestação, motivada por um pedido do ministro Ricardo Lewandowski, relator da representação do PT, Raquel Dodge descartou que Bolsonaro tenha cometido o crime de injúria eleitoral, mas diz que continua a analisar a existência de ameaça e incitação ao crime.
  • Injúria eleitoral
  • “No trecho de discurso acima transcrito, não há referência a pessoas. Personificar ‘petralhada’, expressão usada pelo noticiado, configura elastecimento da responsabilidade penal por analogia ou por extensão, o que é absolutamente incompatível com o direito penal”, afirmou a procuradora.
  • No entanto, Raquel Dodge pediu que o candidato se manifeste sobre as acusações feitas pelo PT de que também teria cometido os crimes de ameaça e incitação ao crime.
  • “Considero tratar-se de hipótese de rejeição liminar da representação sob o ângulo da injúria. Em relação aos demais crimes noticiados na representação, para compreender o contexto e a extensão das declarações, solicito abertura de prazo para que o parlamentar representado esclareça os fatos”, argumentou”. 9Sic.) Sem grifos no original – Na íntegra in https://istoe.com.br/pgr-pede-esclarecimentos-a-bolsonaro-sobre-frase-fuzilar-petralhas/
Todavia, pari passu, se nos antolha haver “um peso e duas medidas” (“dois pesos e duas medias”) ou veraz, infenso e acintoso “patrulhamento ideológico” ao sacrossanto direito de livre expressão e manifestação do pensamento ou mesmo do “o livre pensar é só pensar” (Millôr) senão cínica miopia ou estranha amnésia profissional por parte da imprensa (“canalha”) e até mesmo do dever diligente e paladino da Lei e da Ordem, do insigne PGR, haja vista dos episódios solenes havidos no saguão do Planalto, quando impolutos, imponentes e intrépidos integrantes dos tais movimentos sociais (MTST, CUT, CGT, “Margaridas” e MST) e a própria presidente do citado “partido”, hoje mais conhecido como ORCRIM, nos quais vociferaram que iriam “pegar em armas”, “entrincheirar com uma boa espingarda”, “uma boa bala e uma boa cova” aos que exigiam o “Impeachment”, o “fora, Dilma” ou a “prisão do presidiário/réu/condenado”, pois “teria que morrer gente” (para prendê-lo) ou daquele que "receberia a turma dele na bala” (se mandasse prendê-lo) ou “sequestraria o réu até uma embaixada”, dentre outras bravatas e bazófias – a ver nos quadros abaixo, ao final deste.

Enfim, vejamos abaixo, para aferição, comparação e conclusão, se há um peso e duas medidas ou dois pesos e duas medidas, ao critério subjetivista de cada leitor, a saber:

  • “Em todos os casos temos o crime (peso) que é o mesmo, mas as Leis (medidas) são aplicadas em proporções diversas conforme a conveniência do Julgador.
  • Isto aplica-se a muitos outros casos do direito; como o procedimento em que uma autoridade conduz as investigações objetivando pecúnia, vinganças etc., nas licitações etc., mas tem também aplicação em toda a vida cotidiana.
  • Assim, no direito, quando nos referimos ao brocardo “um peso e duas medidas”, estamos afirmando que há diferença nos procedimentos em razão da pessoa, que o artigo 5º da Carta Magna não tem aplicação.
  • Então o correto e utilizar “um peso e duas medidas”, mas o mais correto ainda e que este brocardo não tenha manifestação em canto algum, salvo para equilibrar o princípio Aristotélico da igualdade que reza”:
  • “Tratar a cada um de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de sua desigualdade” visando sempre o bem comum”. [Inacio Vacchiano - Filósofo, Jurista, Jornalista] – Na íntegra in https://inaciovacchiano.com/2014/03/16/e-agora-um-peso-e-duas-medidas-ou-dois-pesos-e-duas-medidas/
Estaríamos, pois, diante de uma cínica hipocrisia e dissimulada retórica metafórica ou parcial patrulha ideológica da “imprensa canalha”, como assestara Millôr: “democracia é quando eu mando em você; quando você manda em mim, é ditadura” – parece que tem sido assim desde que me conheço como indivíduo, sujeito e pessoa, quase um ser humano natural, racional e normal, mero usuário de menos que “10% de sua cabeça animal”! - Raul Seixas.

Explico: é que, para eLLes, militar e policial não seríamos seres humanos nem sujeitos de direitos!
Bem por isso, temos dito: “adeus, queridos”! 
Logo, é bom, muito bom mesmo, JÁ IR se acostumando, e aceitando: “acabou”!
Abr
*JG

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