quinta-feira, 14 de junho de 2018

NO LIVRE MERCADO, O SOBERANO É O CONSUMIDOR, NÃO O ESTADO: “O CONSUMIDOR SOBERANO”*

Joilson Gouveia*


I. Proêmio – Antes de adentrar ao tema dissecado, esposado e exposto pelo grandiloquente literato “Peninha” sobre a indigitada, odiosa, odiada e liberada “privatização de empresas estatais”, por decisão judicial, de verdadeiros armários e não só cabides de empregos de apaniguados e militantes arraigados nessas tais “empresas”.

Entrementes, ao ensejo, malgrado suas elevadas convicções (“éticas e políticas”), uma vez expostas, editadas e publicadas, sujeitam-nas às polêmicas, contrariedades, discordâncias, diatribes dialéticas diretas, indiretas, claras e, no mais da vez, escusas, ocultas e anônimas, o que não é o meu caso e, aqui, faço minhas as palavras abaixo, do mestre Olavo de Carvalho, a ver:
  • “Também declaro peremptoriamente que não tenho a menor ilusão de influenciar no que quer que seja o curso das coisas, que vai para onde bem entende e jamais me consulta (no que aliás faz muito bem). Meu propósito não é mudar o rumo da História, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a História mudava seu rumo”. Aliás, “nem pretendo mudar a opinião de quem goste da sua”.(Sic.)
Urge destacar que, segundo John Stuart Mill, “a crítica é a mais baixa faculdade da inteligência”. Bem por isso, preferi começar por baixo, ao expor as minhas, sempre fundado no escólio de doutos mestres “conservadores”.

II- O “homem comumdesproletarizado - Isto posto e posto isto, urge trazer à colação alguns excertos do texto enunciado no título deste: “O consumidor soberano”, de Ludwig von Mises, in “A mentalidade anticapitalista”, p.29/30:
  • A característica essencial do capitalismo moderno é a produção em massa de mercadorias destinada ao consumo pelo povo. O resultado é a tendência para uma contínua melhoria no padrão médio de vida e o enriquecimento progressivo de muitos. O capitalismo desproletariza o ‘homem comum’ e o eleva à posição de ‘burguês’.
  • No mercado de uma sociedade capitalista, o homem comum é o consumidor soberano, aquele que, ao comprar ou ao se abster de comprar, determina em última análise o que deve ser produzido e em que quantidade.
  • As lojas e fábricas que suprem exclusiva ou predominantemente os pedidos dos cidadãos mais abastados em relação aos artigos de luxos exercem um papel secundário no cenário econômico do mercado. Elas nunca atingem a dimensão da grande empresa. As grandes empresas servem sempre – direta ou indiretamente – às massas”.
  • É esta ascensão das multidões que caracteriza a radical mudança social efetuada pela <<Revolução Industrial>>. Os desfavorecidos que em todas as épocas precedentes da história formavam bandos de escravos e servos, de indigentes e pedintes, transformaram-se no público comprador por cuja preferência os homens de negócios lutam. Tornaram-se clientes que estão <sempre com a razão>, os patrões têm o poder de tornar ricos os fornecedores pobres, e pobres os fornecedores ricos.
E, nos leciona, ainda mais, o mestre Mises:
  • Na estrutura de uma economia de mercado não sabotada pelas panaceias dos governos e dos políticos, não existem grandes nem nobres mantendo a ralé submissa, coletando tributos e impostos, banqueteando-se suntuosamente enquanto servos devem contentar-se com as migalhas.
- A lembrar da Lei Rouanet, que sustenta os “talentosos” artistas, atores e atrizes ou celebridades e daquele tal programa social do “Bolsa-família”: curral famélico eleitoral! Voltando ao Mises:
  • O Sistema de lucro torna prósperos aqueles que foram bem-sucedidos em atender as necessidades das pessoas, da maneira melhor e mais barata possível. A riqueza somente pode ser conseguida pelo atendimento ao consumidor. Os capitalistas perdem suas reservas monetárias se deixarem de investir no tipo de produção que melhor satisfaz as solicitações do público. No plesbicito diário e contínuo no qual cada centavo dá direito a um voto, os consumidores determinam quem deve possuir e fazer funcionar as fábricas, lojas e fazendas. O controle dos meios materiais de produção é uma função social, sujeita a confirmação ou a revogação pelos consumidores soberanos.
  • O conceito moderno de liberdade é isto. Todo adulto é livre para moldar sua vida de acordo com seus próprios planos, não é forçado a viver de acordo com o projeto de uma autoridade planejadora que impõe seu único esquema através da polícia, isto é, o aparato social de compulsão e coação. (...) É óbvio que o critério do homem para moldar seu destino jamais poderá ultrapassar os limites estabelecidos pelas chamadas leis da natureza.
III – Epílogo. Ultimando este, ainda com fundamento nos excertos de Mises:
  • Estabelecer esses fatos não equivale a uma justificativa da liberdade do indivíduo em relação a padrões absolutos ou noções metafísicas. Não expressa qualquer julgamento quanto às doutrinas em voga pelos defensores do totalitarismo, seja ‘direita” ou de ‘esquerda’. Não tem nada a ver com as afirmações de que as massas são muito estúpidas e ignorantes para identificar o que melhor atende as suas verdadeiras necessidades e interesses, e de que necessitam muito de um protetor, o governo, a fim de não se prejudicarem a si próprios. Tampouco procura discernir se há super-homens disponíveis para exercer tal proteção.
  • Sob o capitalismo, o homem comum desfruta de vantagens que, em épocas passadas, eram desconhecidas e portanto inacessíveis até mesmo aos mais ricos. Mas, com certeza, automóveis, televisões e geladeiras não fazem o homem feliz. No momento em que os adquire, ele pode sentir-se mais feliz do que antes. Porém, à medida que alguns desejos são satisfeitos, surgem novos. Assim é natureza”. (Sic.) in loco citato! – Sem destaques no original.
Enfim, esperando edição do breve texto acima transcrito, para enriquecimento do debate dialético democrático e científico e ciência de todo cidadão e cidadã, ainda que como contraponto à maioria dos comentários contrários às privatizações.
  • A principal característica do homem é de ele nunca desistir de aumentar seu bem-estar através de atividades intencionais”. – Ludwig von Mises. O bem que o Estado pode fazer é limitado; o mal, infinito. O que ele nos pode dar é sempre menos do que nos pode tirar”. Roberto Campos 😉
Enfim, quanto MAIOR o Estado… 😀
Abr
*JG

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