domingo, 11 de junho de 2017

QUEM FOI QUE INVENTOU O BRASIL*. OU: O MAIOR ERRO ESTRATÉGICO DO CONTRAGOLPE!

Joilson Gouveia*

Ressabido, público e notório que um “país se faz com homens e livros”, conforme assestado por Monteiro Lobato nos Século e Milênio findos, quando o nosso Brasil ainda não havia sofrido uma inescrupulosa, ignominiosa, insidiosa ou criminosa, monstruosa, ampla, irrestrita e degenerada “Invasão Vertical dos Bárbaros*- tão bem retratada por Mário Ferreira dos Santos. – Ver in http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/02/em-defesa-dos-caetes-historia-exige-e.html.
A dita cuja ter-se-ia implementada aqui no Brasil, através dos paulatinos, sorrateiros, dissimulados e tenazes tentáculos dominadores e dominantes do sonso, insólito e sórdido escólio de Antonio Gramsci, os quais substituíram aos ensinamentos, estratégias, métodos e práticas subversivas terroristas leninistas/marxistas/stalinistas, que foram impostos por Che Guevara e Fidel Castro, naquela ilhota caribenha desde 1959, por vias de guerras de guerrilhas (rural e urbana), as quais, aqui restaram derrotadas por diversas vezes e nas várias intentonas comunistas, mormente nas décadas de trinta a sessenta: quando fomos salvos pelos intrépidos, aguerridos, honrados, honestos e bravos militares patriotas, que atenderam aos apelos instados pela odiada classe média ou burguesia e Congresso Nacional de antanho, com o incontinenti CONTRAGOLPE ao iminente golpe do proletariado urdido, anelado e intentado por comunistas/socialistas, em 1964.
O contragolpe dos militares de 1964, o qual proporcionou-nos a todos cidadãos e cidadãs mais de 21 anos de evolução, educação, crescimento, desenvolvimento, progresso, tranquilidade e segurança social: éramos felizes; e como fomos felizes até a anelada debacle redemocratização.
Reitere-se: Fomos felizes, de 1964 a 1985. Havia homens e livros nessa época, mas nem todos os homens leram a todos os livros, revistas e jornais.
Entrementes, a despeito de fragorosamente derrotados nas diversas lutas armadas, os comunistas jamais desistiram da CAUSA: do anelado comunismo. E “Comunismo”, como bem lecionado por Olavo de Carvalho, in “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, senão vejamos, a saber:
·     é apenas uma construção hipotética destituída de materialidade, um nome sem coisa nenhuma dentro, um formalismo universal abstrato que não escapa ileso à navalha de Occam. Não existiu nem existirá jamais uma economia comunista, apenas uma economia capitalista camuflada ou pervertida, boa somente para sustentar uma gangue de sanguessugas politicamente lindinhos.”
Diz-nos mais ainda:
·    Se todos os meios de produção são estatizados, não há mercado. Sem mercado, os produtos não têm preços. Sem cálculo de preços, não há planejamento econômico. Sem planejamento, não há economia estatizada.
·     Desde que Ludwig von Mises explicou essas obviedades em 1922, muitas consequências se seguiram.”
·   Os líderes comunistas, por mais burros que fossem, entenderam imediatamente que o sábio austríaco tinha razão, mas não podiam, em público, dar o braço a torcer. Tolerando doses cada vez maiores de capitalismo legal ou clandestinos nos territórios que dominavam, continuaram teimando em buscar um arranjo que maquiasse o inevitável. Eduard Kardelij, ministro da Economia da Iugoslávia, chegou mesmo a imaginar que seria possível uma comissão de planejadores iluminados determinar um a um, por decreto, os preços de milhões de artigos, desde aviões supersônicos até agulhas de costura. A ideia jamais foi levada à prática, porque se assemelhava demasiado ao método português de matar baratas jogando uma bolinha da naftalina em cada uma. Os soviéticos permitiram que o capitalismo oficialmente banido continuasse na sombra e respondesse por quase 50% da economia da URSS. Daí o enxame de milionários que emergiram da toca, da noite para o dia, quando da queda do Estado soviético: eles jamais teriam podido existir num regime de proibição efetiva da propriedade privada.
·  Alguns grandes capitalistas ocidentais tiraram da demonstração de von Misses algumas conclusões mais agradáveis (para eles próprios). Se a economia comunista era impossível, todos os esforços destinados nominalmente a criá-la acabariam gerando outra coisa. Essa outra coisa só poderia ser um capitalismo oculto, como na URSS, ou um socialismo meia-bomba, uma simbiose entre o poder do Estado e os grupos econômicos mais poderosos, um oligopólio, em suma. As duas hipóteses prometiam lucros formidáveis, aquela pela absoluta ausência de impostos, esta pela garantia estatal oferecida aos amigos do governo contra os concorrentes menos dotados. Se a primeira ainda comportava alguns riscos menores (extorsão, vinganças pessoais de funcionários públicos mal subornados), a segunda era absolutamente segura.
·     Foi então que um grupo de bilionários criou o plano estratégico mais maquiavélico da história econômica mundial – inventaram a fórmula assim resumida pela colunista Edith Kermit Roosevelt (neta de Theodore Roosevelt): ‘A melhor maneira de combater o comunismo seria uma nova ordem socialista governada por ‘especialistas’ como eles próprios’. Essa ideia espalhou-se como fogo entre os membros do CFRCouncil on Foreign Relations, o poderoso think tank nova-iorquino. A política adotada desde então por todos os governos americanos (exceto Reagan) para com o terceiro mundo, na base de combater a ‘extrema esquerda’ mediante o apoio dado à ‘esquerda moderada’, foi criada diretamente pelo CFR. O esquema era infalível: se os ‘moderados’ vencessem a parada, estaria instaurado o monopolismo; se os comunistas subissem ao poder, entraria automaticamente em ação o Plano B, o capitalismo clandestino. A ‘extrema esquerda’, apresentada como ‘o’ inimigo, não era na verdade o alvo visado; era apenas a mão esquerda do plano. O verdadeiro alvo era o livre mercado, que deveria perecer sob o duplo ataque de seus inimigos e de seus ‘defensores’ os quais, usando o espantalho da revolução comunista, o induziam a fazer concessões cada vez maiores ao socialismo alegadamente profilático da esquerda ‘boazinha’.
·    Reduzir o leque das opções políticas a uma disputa entre comunistas e socialdemocratas tem sido há meio século o objetivo constante dos bilionários inventores da nova ordem global. O Brasil de hoje é o laboratório dos seus sonhos.” (Sic.) - Loc. cit. p. 167/168 “Quem foi que inventou o Brasil*. Zero Hora, 11 de junho de 2006.
No Brasil, além de olvidarem ou desdenharem, menoscabarem ou, na pior das hipóteses, não entenderem Ludwig von Mises e à “Invasão Vertical dos Bárbaros”, os homens de então deixaram-se levar pelos renitentes, tenazes, sequazes séquitos gramscistas ao tolerarem (aquiescendo ou cedendo ou não evitando nem proibindo – apesar da alegada censura) às ideias de redemocratização, reabertura política, a anistia ampla, geral e irrestrita aos guerrilheiros evadidos e, sobretudo, ao aceitarem, permitirem e reconhecerem a “criação” de um partido que se dizia dos trabalhadores.
- Eis que, Golbery do Couto e Silva, grassa erro crasso ou ignaro e pueril ao não vislumbrar e até sugerir uma terceira opção político-partidária, mormente ao olvidar:
·     onde quer que um partido imbuído da ambição revolucionária de mudar a sociedade de alto a baixo ascenda ao poder, usando para isso os pretextos mais respeitáveis da moralidade convencional – como o fez o PT ao longo da sua fulgurante carreira de denunciador da corrupção alheia -, a imoralidade e o crime se imporão logo em seguida, não como desvios e aberrações, mas como instrumentos preferenciais para demolir o senso estabelecido da moral e da justiça e, na subsequente confusão geral das consciências, impor um novo padrão de julgamento, onde a vontade revolucionária é o critério supremo e único do bem e da verdade.”
·    Tudo isso está ocorrendo bem diante dos olhos sonsos e cegos de uma opinião pública que não apenas se contenta, mas entra em êxtase quando o partido criminoso entrega à justiça seus agentes menores para preservar-se politicamente, limpando-se na sua própria sujeira, como sempre.” (Sic.) Loc. cit. p 489. - sem grifos no original.
- Quantos dos já investigados, processados, julgados, condenados e presos, por envolvimento no mensalão, foram expurgados do tal partido? No mais da vez, são tidos como verdadeiros heróis da causa? Erguem seus punhos cerrados e posam de impolutos paladinos!
Eis o que nos leciona Olavo de Carvalho sobre os indigitados mensaleiros, a saber:
·   Agora que os mensaleiros estão no fundo do poço, não cessam de erguer-se vozes indignadas de petistas, comunistas e socialistas fiéis que os condenam como oportunistas e traidores. Mas por que deveria algum líder ou militante ser atirado à execração pública pela simples razão de ter cumprido à risca a sua obrigação de revolucionário? Não é certo que a estratégia marxista-leninista ordena e determina não só atacar o Estado burguês desde fora, mas corrompê-lo desde dentro sempre que possível para em seguida acusá-lo de depravado e ladrão e substituí-lo pelo partido-Estado? Não é notório que, na concepção mais ampla e sutil de Antonio Gramsci, inspirador e guia da nossa esquerda há meio século, a corrupção não basta, sendo preciso estendê-la a toda a sociedade, quebrantar e embaralhar todos os critérios morais e jurídicos para que, na confusão geral, só reste como último símbolo de autoridade a vontade de ferro da vanguarda partidária? Não é óbvio e patente que, se na perspectiva gramsciana o Partido é o ‘novo Príncipe’, ele tem a obrigação estrita de seguir os ensinamentos de Maquiavel, usando da mentira, da trapaça, da extorsão, do roubo e do homicídio na medida necessária para concentrar em si todo o poder, derrubando pelo caminho leis, instituições e valores?
·    Na perspectiva marxista, nenhum dos artífices do mensalão fez nada de errado, exceto o crime hediondo de deixar-se descobrir no final, pondo em risco o que há de mais intocável e sagrado: a boa imagem do Partido e da esquerda em geral.” (…)
·     Uma vez que se abandonou a via da revolução armada não por reverência a vida humana, mas por mera oportunidade estratégica -, que outro meio existe de instaurar a ‘autoridade onipresente e invisível’ senão a corrupção sistêmica dos adversários e concorrentes.” (…)
·     Os mensaleiros não são, é claro, bodes expiatórios inocentes. São culpados parciais incumbidos de pagar sozinhos pela culpa geral de uma organização que há trinta anos vem usando do discurso moral, com notável eficiência, como disfarce e instrumento do crime.”
·      Os que agora tentam se limpar neles são ainda piores. Pois o que fazem é tentar levar o povo a esquecer que os mensaleiros de hoje são os moralistas de ontem, os mesmo que, nas CPI’s dos anos 1990, brilharam como paladinos da lei e da ordem, enquanto já iam preparando, sob esse manto cor-de-rosa, o esquema de poder monopolístico do qual o mensalão viria ser nada mais que instrumento. E para que fariam isso, se não fosse para aplanar o terreno para novos e maiores crimes?” (Sic.) - Sem destaques no original. - In artigo “Depois do mensalão”, editado no Diário do Comércio, datado de 17 de outubro de 2012. Loc. cit. p. 490/491. Visionário?
Notem bem: estão aí presentes o PTrolão e todos os demais fatos e feitos interligados descobertos pela Operação Lava-Jato.
Enfim, como bem destacara em N. do Org. 12, p. 493, da referida obra de Olavo de Carvalho, sobre o PT:
·      O PT é um partido ladrão porque é um partido revolucionário, filiado a uma tradição de amoralismo maquiavélico que, pelo menos desde a revolução Francesa, com intensidade crescente desde a Primeira Internacional de 1864 e mais ainda desde a fundação do Partido Social-democrata de Lenin, sempre achou que era seu direito e até sua obrigação, financiar a si próprio por meio de assaltos, de sequestros, de extorsões, de desvio de dinheiro público, bem como de uma infinidade de negócios capitalistas legais e ilegais, cujo volume total faria inveja a seus mais reacionários inimigos burgueses. (…) Revoluções custam caro. O revolucionário Parvus, que enriqueceu com mil e um negócios na Turquia, já ensinava em 1914: ‘A melhor maneira de derrubar o capitalismo é nós mesmos nos tornarmos capitalistas.’ Não foi lulinha quem descobriu essa fórmula. (…) Os ricos não serão destruídos pelo pobres. Serão destruídos pelos mais ricos.” [Olavo de Carvalho, “PT, o partido dos ricos”, Diário do Comércio, 21 de janeiro de 2008 – http://www.olavodecarvalho.org/semana/080121dc.html].
Abril

*JG

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