sexta-feira, 31 de março de 2017

OS PRECIOSOS PRECISOS-PARDAIS EM NADA PRECISOS

Joilson Gouveia*

A despeito dos inusitados enunciados dados coletados, editados e divulgados sobre a “justificada” eficiência dos “precisos-pardais”, para gáudio de uns pândegas incautos, ignotos e ignaros sobre o mister trânsito e tráfego seguros, especialmente aos defensores de uma “segurança pública de vinhetinhas e de vídeo-monitoramentos”, mormente das empresas que lidam e lucram com suas instalações (com ou sem licitações) fazendo recrudescer uma monumental indústria arrecadadora (e em nada educadora, como previra o desiderato teleológico no CTB vigente).
Os açodados dados estatísticos* trazidos à baila e antevistos, previstos e prescientes como alvíssaras da eficiência e eficácia “redutora de acidentes e preservadora da vida-humana”, além de se nos parecerem pífios, tíbios e rasos senão vário e/ou equívoco, porquanto traduzir números apenas das vias nas quais estão instalados referidos “precisos-pardais”, cujas respectivas vias não representam toda nossa capital; bem como não registram todos os tipos de acidentes, veículos e pessoas envolvidos, os dias, horas e locais desses referidos acidentes, suas possíveis e eventuais causas, tampouco o excessivo e exato número de multas registradas, desde seu retorno de funcionamento; ou não? O que faz-me lembrar do seguinte, a saber: Alguns usam a estatística como os bêbados usam postes: mais para apoio do que para iluminação.” ― Andrew Lang In http://kdfrases.com. Ei-los!
·         *“Vejamos:
·          De 20 de janeiro a 19 de fevereiro deste ano, nas cinco vias em que os pardais estão instalados, houve 39 acidentes com 12 vítimas.
·         – De 20 de fevereiro a 20 de março, este número caiu para 15 acidentes com 3 vítimas.
·         A comparação ainda é mais favorável aos pardais, quando tomamos como referência o período – sem os radares – de 20 de fevereiro a 20 de março de 2016: foram 47 acidentes no total.” (Sic.)
Notem bem: a) em 30 dias (de 20 de janeiro a 19 de fevereiro) nessas cinco vias houve 30 acidentes e 12 vítimas (fatais? Não se sabe!), e nas outras vias (des) sinalizadas ou sem os precisos-pardais, quantos foram os acidentes e quantas vítimas? b) de 20 de fevereiro a 20 de março, o número caiu para 15 acidentes e 3 vítimas (?) c) Pasmem! “De 20 de fevereiro a 20 de março de 2016: foram 47 acidentes no total” – ora, e as vítimas? E nos demais meses, com os referidos “preciso-pardais” desligados? Aumentou ou diminuiu?
Nossa querida e congestionada, malconservada, esburacada e pouco ou em nada sinalizada e fiscalizada ou policiada capital, que não pode nem deve ser examinada, mensurada e avaliada apenas e somente só ou tão somente pelo que é coletado e retratado dessas vias, mormente desprezando os dados registrados das demais vias. Ou não?
Sem querer polemicar e já polemicando ou sendo um velho ranzinza cético, não estariam usando tais dados mais para apoio do que para iluminação?
Simples: sem os dados das demais vias desprovidas dos “precisos-pardais”, que chegam a quase 100% de nossa capital, haja vista que apenas cinco vias “fiscalizadas pelo preciosos e “precisos-pardais” não representam toda Maceió, e a eficiência mensurada em trinta dias não reflete os 365 dias ou doze meses. Outra: por que o mês carnavalesco como aferidor? Quantos meses ficaram desligados e inativos e quais foram os números registrados?
Mais ainda: quantas multas foram geradas, aplicadas e arrecadadas nos respectivos períodos, nessas ditas vias fiscalizadas pelos preciosos e “precisos-pardais”? – o que são 50 ou 100 acidentes, numa cidade com mais de um milhão de habitantes e quase o mesmo número de veículos, estatisticamente falando; já que valoram tanto os “números”?
Enfim, se é à preciosa vida que dizem, buscam e visam a preservar, como apregoado, aduzido, alegado e propagado, que sejam instaladas em todas as demais vias-de-trânsito rápido ou nas principais vias de nossa capital; ou não?
Abr
*JG

P.S.: Até prova em contrário, dirigir é uma arte, como temos dito repetido e reiterado! ;) (y) 

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