sexta-feira, 31 de março de 2017

NEM TODO ENUNCIADO É VERDADEIRO E CORRESPONDE AO FATO.

Joilson Gouveia*

Nesses tempos de inverdades, quase-verdades e até de pós-verdades - mais um neologismo sinistro dos sestros coletivistas escarlates salvadores do mundo e amantes da humanidade e perpétuos defensores das minorias ou vítimas e excluídos sociais, que jamais mentem tampouco admitem nem reconhecem os fatos, a excelência da realidade, e, portanto, da conjuntura mendazes usuários das conjecturas segundo suas verves intocáveis de indefectíveis paladinos da ética na política, onde a culpa é sempre dos outros, a saber: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/01/os-intocaveis-infaliveis-e.html
Urge trazer à baila, a lume e à luz o inolvidável lapidar escólio de Mario Ferreira dos Santos in Filosofia e Cosmovisão. Senão vejamos, a saber:
·         “Dessa forma, a filosofia é a transcendência de todo o saber fragmentário das disciplinas particulares. Cada uma dessas disciplinas interessa-se por um campo, uma região, que é o seu objeto.
·         E onde todas as regiões do saber vêm lançar seus raios é na filosofia, o saber mater de todos os saberes, a sublime e nunca suficientemente louvada Filosofia, cujo brilho os adversário nunc conseguiram empanar.
·         Por entre a multiplicidade dos fatos, tem o homem duas funções intelectivas para entendê-los. Uma analítica, a intuição, a outra, sintética, a razão.
·         Assim, todas as coisas, todos os fatos que sucedem, quer do mundo exterior, quer do mundo interior, revelam o que são em sua singularidade, mas também o que são em sua generalidade.
·         Para conhecer esse universo de fatos variados e heterogêneos, e para reconhecer o que nele não há de homogêneo e invariante, a razão e a intuição trabalham juntas como funções organizadoras.
·         Um dos problemas mais importantes da filosofia coloca-se aqui: é o do conhecimento. Quais são os limites do nosso conhecimento, como se efetua, qual a sua natureza, etc., todos esses aspectos, os quais já estudamos, são os grandes problemas que permanecem constantes. Não interessam apenas à filosofia, pois são propostos e colocados em toda ciência particular. Dessa forma, a filosofia é constantemente chamada para examiná-los, por entre os debates dos céticos, dogmáticos, racionalistas e idealistas, o problema da verdade está sempre presente. Até onde é verdadeiro o nosso conhecimento?
·         Esta pergunta impõe-se exigente de respostas. Que é verdade?
·         Ora, todos sentem que a verdade é uma identificação entre a representação que temos de um fato e esse fato. Se o que enunciamos de um fato corresponde ao fato, diremos que esse enunciado é verdadeiro.
·         O verdadeiro é o que se coaduna com esse conceito de perfeição que formamos como uma meta a ser atingida, cuja exatidão nunca sentimos alcançar, porque é da natureza humana do conhecimento a insatisfação, que anima o homem a procurar sempre.
·         Não admitimos graus na verdade, porque a perfeição dela não os admite. O conceito dessa perfeição é sempre a negação das gradações. Assim, a verdade é o supremo ideal que a razão busca, e de todas as verdades parciais, todas as verdades que não têm esse atributo de perfeição, são apenas empregos falhos desse conceito supremo de valor que damos ao inatingível. Toda ideia de Deus inclui a ideia de verdade. Nenhum crente atribuiria ao seu Deus uma negação da verdade, por que Deus tem como atributo a perfeição infinita.
·         Se a certeza muitas vezes nos satisfaz e nos parece ser a verdade, é que, no conceito de certeza, damos algumas das mais profundas significações da verdade. A certeza é apenas uma aparência da verdade, é como este se nos mostra, mas transeunte, passageira.” – Sic. P126/127.
Diz-nos mais, a saber: “O problema da verdade é um problema importante, porque da solução dele temos a solução da luta entre o ceticismo e o dogmatismo.” Daí nosso ceticismo quanto aos números dados, editados e enunciados, com fulcro em estatísticas, e divulgados por arautos, blogueiros e exímios “agentes-de-transformação-social” em que foram transformados nossos jornalistas da outrora “imprensa-livre”.
Ora, no mais da vez, os governos quando admitem certos números já o fazem sempre a menor, reduzidos e muito aquém da realidade e, portanto, da verdade, os quais nunca cruzam, não batem nem coadunam ou condizem com os fatos: vejam os casos dos programas sociais das tais bolsas-famílias, por exemplo. Além de fraudes desbragadamente desmascaradas tanto quanto nos arrendamentos rurais da infinita reforma-agrária, que somente faz majorar e recrudescer os números de sem-teto e sem-terra e sem-vergonha.
Abr

*JG

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